Produção de soja no Amapá pode movimentar R$ 60 milhões em 2017
Mercado atua em 19 mil hectares de áreas em quatro municípios. Porto de Santana, clima e contratação local impulsionam produção agrícola no estado, diz associação.
Por John Pacheco, G1 AP, Macapá
26/04/2017 08h15 Atualizado 26/04/2017 09h01
Macapá, Itaubal, Porto Grande e Tartarugalzinho têm áreas com plantio de soja (Foto: Divulgação/Aprosoja)
Apontando crescimento de 900% na produção nos últimos cinco anos, o setor de plantio de soja no Amapá estima arrecadar até R$ 60 milhões em 2017. A produção local ocupa atualmente uma área de 19 mil hectares cobrindo quatro municípios: Macapá, Itaubal, Porto Grande e Tartarugalzinho.
Apontando crescimento de 900% na produção nos últimos cinco anos, o setor de plantio de soja no Amapá estima arrecadar até R$ 60 milhões em 2017. A produção local ocupa atualmente uma área de 19 mil hectares cobrindo quatro municípios: Macapá, Itaubal, Porto Grande e Tartarugalzinho.
A previsão é da Associação de Produtores de Soja do Amapá (Aprosoja), que destaca o impulso na colheita do grão a partir das possibilidades de exportação e estocagem no Porto de Santana, a 17 quilômetros de Macapá.
Potencial do cerrado do Amapá é abrigar 400 mil hectares para cultivo (Foto: Divulgação/Aprosoja)
O presidente da Aprosoja, Daniel Sebben, disse que atualmente cerca de 50 agricultores no Amapá trabalham com o plantio em média escala do grão, mas que o mercado pode ser expandido para uma área de até 400 mil hectares, predominantemente no cerrado.
"Para o Amapá representa um salto na economia, na balança comercial, na relação com os outros países e outros estados. Ainda não plantamos nem 5% do potencial do estado, mas esses 19 mil hectares são 35% maior que a área cultivada no ano passado", aponta Sebben.
Primeira carga de soja foi exportada para a Europa em setembro de 2016 (Foto: Divulgação/ Governo do Amapá)
A produção de 2016, de acordo com a Aprosoja, girou em torno de R$ 42 milhões, sendo que a maior parte do recurso proveniente da exportação do grão foi aplicado no mercado local, com a aquisição de equipamentos, contratação de empresas e mão-de-obra.
"É uma transferência direta de recursos. Em termos de serviço, transporte 100% é contratado aqui. Quanto a assistência técnica, nem existiam empresas do tipo no Amapá, hoje tem, com agrônomos locais para prestar serviços de consultorias a esses produtores. Além disso, compramos todas as peças, material de construção e óleo diesel dentro do estado", completa.
Daniel Sebben, presidente da Aprosoja (Foto: John Pacheco/G1)
Exportação
Além da venda da soja para outros estados, os produtores locais realizaram em setembro de 2016 a primeira exportação do grão para a Europa, com mais de 25 mil toneladas. O produto foi embarcado no Porto de Santana com destino ao Porto de Roterdã, na Holanda.
"Temos um fácil acesso ao porto, o que é bom para nós, hoje estamos no máximo a 200 quilômetros do porto. A produção de soja do Amapá só é possível em função do porto de Santana, deu viabilidade comercial à exportação. A estrutura compensa o nosso isolamento por rodovias para outro estado", argumenta o presidente.
Porto de Santana impulsionou possibilidades de produção (Foto: Divulgação/Prefeitura de Santana)
Outras culturas
A característica de solo e clima do estado também facilitam o plantio de outros grãos no cerrado do Amapá, como o milho, arroz e feijão, que aproveitam as áreas usadas para a soja, segundo a associação.
"Com o clima amazônico, a rotação entre soja e milho foi possível. Podemos fazer uma safra de soja em um ano, colhemos e depois plantamos o milho. Elas têm demandas e mercados diferentes e se equilibram muito bem", completa Sebben.
Mercado da soja movimenta setores de comércio e serviços (Foto: Divulgação/Aprosoja)





